sábado, 28 de fevereiro de 2009

Perceber-me.



Quando olho para mim não me percebo

Tenho a mania de sentir
Que me extravio as vezes ao sair.
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade , sinto o que sinto.Eu
Serei tal qual pareço em mim ?

Serei tal qual me julgo verdadeiramente ?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

(Fernando Pessoa, Obra Poética)

Como me sinto.

Exatamente como me sinto, em todos os dias que amanheço. Busco me perceber, dar nome ao que sinto e me fazer entender.
Para me perceber tenho que abstrair das opiniões alheias de quem julga o que vê; Afinal em verdade sou o que sinto, e se ninguém vê o que sinto, então ninguém sabe quem sou logo ninguém deveria me julgar.
Se fores capaz de compreender o que te digo, então és expectador do meu sentir, e personagem do teu, ainda que não saibas. Mas se sentes como eu sinto o que te digo, és espelho a mim, tens Alma.
Peço por favor que me ajude a julgar esse sentimento, para que eu não só o viva, mas para que haja explicação a quem não sente.

(Carlos Casanova)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Encantado.



Quanta graça eu vi em você, em cada simples movimento, seu charme virtuosamente se desabrochava em palavras meigas ou em doces sorrisos, espalhando uma nuvem de simpatia e delicadeza pairando baixo sob nós e me envolvendo por completo.
Agora quero pensar na nossa amizade como em uma semente que deus pos no nosso jardim, e deu-nos a oportunidade para cultivá-la juntos, dia após dia e ter fé que dessa semente brote uma linda arvore para fazer sombra e brisa fresca para um dia nós nos deitarmos debaixo dela e dizer que tudo valeu a pena.
Hoje eu olho pro passado com olhos cheios... cheios de amor, cheios de vitórias e conquistas, cheios de lembranças dos caminhos que percorremos para estar aqui.
Sinto na pele essa brisa calma que vem correndo lá por cima de junto dos ninhos dos pássaros esbarrando por entre as folhas e as pétalas das flores coloridas e vem de mansinho nos tocar.
Seus cabelos negros e leves se envolvem a brisa, fazendo essa dança mágica bailar sem cessar.
Esse azul que o céu escolheu para se vestir me faz sentir navegando sob as ondas do mar disposto nesta pequena embarcação branquinha de nuvem de algodão indo tranqüilo parar no porto dos seus braços.
As folhas caem agora uma a uma ao chão, dando o lugar para a nova vida daquelas mudinhas verdinhas que começam a desapontar nos galhos compridos, estas folhas caídas que outrora foram vida sem perder sua majestade agora estendem suas mãos a sua amiga grama para formar esse tapete de veludo, palco do crescer da vida e do amor que plantamos juntos e desfrutamos agora.
Então hoje eu sei, que meus olhos cheios de ternura vêem que tudo valeu a pena e minha boca não se nega a dizer que o meu jardim está em você. (Casanova!)



( Terça Feira 10 de Fevereiro de 2009 23:16 hrs)